Embalagens para vinho: conheça soluções alternativas
Não é nenhuma novidade que as discussões sobre sustentabilidade continuam crescendo ao redor do mundo, especialmente após a pandemia do coronavírus. Nesse sentido, empresas e consumidores voltaram seus olhares para a busca de soluções menos poluentes para a elaboração e compra de produtos.
Na indústria do vinho, a situação não é diferente. O foco na pauta sobre sustentabilidade, além da escassez de matérias-primas, como o vidro, fizeram com que diversas empresas investissem em novas alternativas para envase de suas bebidas. Um exemplo são as embalagens para vinho elaboradas a partir de materiais alternativos, ou que são mais leves e, consequentemente, mais fáceis de transportar — o que reduz a pegada de carbono emitida nesse processo.
Quer saber mais sobre o assunto e conferir essas soluções alternativas para envase do vinho? Continue a leitura!
Embalagens alternativas para vinho: razões por trás da discussão
Já sabemos que, tradicionalmente, o vinho é envasado em garrafas de vidro, por mais que existam outras modalidades como bags e galões para bebidas de mesa. E por mais que o vidro seja reciclável, o reaproveitamento do material demanda grandes quantidades de calor, ou seja, energia.
E por mais que elas sejam a opção mais tradicional e dificilmente deixem de existir, os modelos de consumo estão mudando e novas modalidades surgem todos os dias.
É dentro desse cenário que empresas com foco em sustentabilidade e soluções alternativas passaram a pesquisar e investir em novos tipos de embalagens, seja em vidros mais leves, materiais reciclados, entre outros. Vamos conhecer alguns deles?
Vinho em pouch
O vinho em pouch é uma bebida armazenada em um saco plástico que contém um mecanismo de envase para serviço. Essa embalagem, assim como nos vinhos bag in box, mantém o líquido protegido à vácuo, permitindo o consumo durante alguns dias.
Por ser produzida com plástico, ela é mais leve que uma garrafa de vidro e, consequentemente, pode ser facilmente transportada. Além disso, para o consumidor, esse tipo de embalagem é bastante prático e pode ser levado para qualquer lugar, especialmente áreas externas, como parques para consumo em piqueniques. O armazenamento também ocupa menos espaço na geladeira ou na adega.
Vinho em lata
O consumo de vinhos em lata é uma grande tendência do mercado, por conta da praticidade. Para além da conveniência, esse tipo de embalagem pode ser desenvolvida a partir de materiais completamente recicláveis, diferentemente do vidro.
De acordo com matéria publicada pela Wine Investment, alguns produtos da categoria contam com latas 69% recicláveis, enquanto garrafas de vidro são apenas 46%.
Garrafas de papel
O desenvolvimento de garrafas de papel tem sido experimentado por algumas empresas norte-americanas, como a californiana Truett-Hurst. Em 2013, a organização criou a Paper Boy, embalagem com design similar às garrafas de vidro e produzida com a parte externa à base de papel, e plástico por dentro.
Aqui, novamente, embora produzida com plástico internamente, é bem mais leve que uma garrafa tradicional, reduzindo a necessidade de milhares de caminhões para o transporte da bebida.
Garrafas de linho
As garrafas de linho, ou flax bottles, são uma iniciativa da SAS Green Gen Technologies. A empresa desenvolveu uma embalagem produzida com materiais naturais, totalmente biodegradáveis e com um processo de produção que não envolve o uso de muito calor (energia).
Além disso, a embalagem se decompõe facilmente quando descartada.
Tetra pack
Os tetra packs são mais um tipo de embalagem reciclável para vinhos de mesa. De acordo com um estudo do The Institute of Packaging Professionals (IOPP), essa alternativa verde utiliza 70% de materiais recicláveis e pesa bem menos que uma garrafa de vidro tradicional — 40g, em comparação com o peso de 500g-750g da segunda.
Isso implica também na redução significativa da pegada de carbono, emissão de gases do efeito estufa, energia consumida na vida útil da embalagem, além de ter um custo relativamente menor que as garrafas convencionais.
Essa alternativa foi adotada pela empresa francesa French Rabbit, para a comercialização de vinhos de mesa, já que essa bebida não deve ser envelhecida como os vinhos de guarda.
Vinhos bag in box
Já comentamos em outro conteúdo do blog sobre os vinhos bag in box, que consistem, essencialmente, em uma bolsa plástica envolta por uma caixa, além de um mecanismo de envase da bebida — normalmente, uma torneira.
Essa modalidade, além de muito prática em termos de serviço, foi desenvolvida para manter o líquido preservado por mais tempo, por mantê-lo à vácuo.
Ela é vendida em diferentes tamanhos e é uma ótima solução para quem deseja consumir uma taça de vinho e fazer com que a bebida dure mais na geladeira — o vinho bag in box, desde que armazenado adequadamente, pode durar até 30 dias.
O vinho bag in box pode ser até 40% mais leve que as garrafas de vidro, reduzindo a pegada de carbono oriunda do transporte do produto.
Considerações importantes
Por mais interessante que seja dar visibilidade às alternativas sustentáveis e inovadoras da indústria, é importante pontuar que as garrafas de vidro, em muitos casos, são essenciais para a preservação de vinhos longevos. Esse é um dos grandes motivos desse tipo de embalagem de vinho ainda ser o mais utilizado.
O material da garrafa de vidro é capaz de preservar o perfil da bebida por mais tempo, protegendo-a da luz e do contato com o oxigênio. Para vinhos de guarda — que podem passar anos evoluindo em garrafa — isso é muito importante. Afinal, ninguém quer passar dez anos envelhecendo um vinho e, ao consumi-lo, perceber que o mesmo perdeu suas propriedades aromáticas e gustativas.
Além disso, algumas sugestões, como os tetra packs, são ideais para vinhos de mesa e sucos de uva que não são produzidos com o intuito de envelhecimento.
Gostou de conhecer um pouco sobre alternativas de embalagens para vinho? Aproveite também para conferir nosso portfólio completo e descobrir, na prática, como é apreciar vinhos em lata e vinhos em pouch, clicando no banner abaixo:
Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!