Vinho e panetone: é possível harmonizar?
O panetone é o doce típico das festas de final de ano. Quando você avista esse doce nas gôndolas de lojas e supermercados, sabe que as comemorações de Natal e réveillon estão mais próximas.
Não é incomum harmonizar vinhos e panetones. Na Itália, seu país de origem, a sobremesa é servida acompanhada de uma taça de Prosecco, espumante da uva Glera, típico da região norte do país.
Continue a leitura e descubra dicas para essa harmonização, além de sugestões de rótulos disponíveis no catálogo do Divvino!
Panetone tradicional
Conta-se que a receita de panetone tradicional existe desde o século 15, porém sua origem é imprecisa. Trata-se de uma massa lêveda assada, de sabor levemente azedo e adocicado, recheada com frutas secas variadas, como laranja, uvas passas, damasco, limão e figo.
Foi trazido ao Brasil no ano de 1948 pelo imigrante italiano Carlo Bauducco, logo após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, o país já é o segundo maior produtor do mundo, atrás apenas do seu local de origem.
Um fato curioso é que há uma lei na Itália que regula as receitas dos panetones, com regras relacionadas aos ingredientes e ao preparo. Há alguns anos, muitos produtores se movimentam para garantir uma denominação de origem no país (assim como os vinhos), porém sem sucesso até o momento.
Espumante Prosecco Fili Extra Dry
Na Itália, o início das comemorações de fim de ano é marcado pela harmonização entre panetone e prosecco. Conta-se que em dezembro, se você chega na casa de um ente querido, ele deve lhe oferecer uma fatia da sobremesa e uma taça do espumante.
Para essa combinação, nada melhor que um rótulo tipicamente italiano, feito da uva Glera. O Espumante Prosecco Fili Extra Dry possui uma deliciosa acidez com grande frescor e aromas de peras, melão e jasmim.
Espumante Casa Valduga Moscatel Reserva
Este é um espumante elegante produzido pela Casa Valduga, no Vale dos Vinhedos. Sua temperatura ideal de serviço é mais gelada que o comum (entre 4ºC e 6ºC), sendo ideal para a época de fim de ano durante o verão brasileiro.
Para sua elaboração, as uvas Moscato Giallo passam por um processo de colheita manual, e, após as demais etapas de vinificação, o vinho é maturado em caves subterrâneas.
É um rótulo com aromas de frutas e polpa branca e notas florais. Já no paladar, apresenta harmonia entre acidez e dulçor, o que o torna um espumante refrescante, suave e equilibrado. Experimente servir o panetone com uma bola de sorbet de frutas para apreciar essa combinação!
Quinta Santa Eufêmia Porto Finest Reserve
Quando falamos em como harmonizar vinhos e sobremesas, é comum que haja um Vinho do Porto entre as sugestões. Esse rótulo é uma excelente opção, pois demonstra um paladar doce e equilibrado.
Tem uma coloração castanha-alaranjada, e é extremamente perfumado, exalando aromas de frutos secos, ameixa seca e notas de caramelo, que combinam com o sabor do panetone.
É um vinho robusto e elegante, produzido na região do Douro, em Portugal, que passa por um estágio em barricas de carvalho francês por 72 meses.
Pandoro
Trata-se de uma variação do panetone com formato de estrela e sem recheio. Geralmente é servido com uma cobertura feita de açúcar de confeiteiro e aroma de baunilha, simulando uma montanha nevada.
O pandoro é uma variação sem recheio do panetone.
Dulcis D’asti
Esse espumante é produzido na comuna de Asti, parte da região do Piemonte, na Itália. Feito com a uva Moscatel, tem apenas uma etapa de fermentação, ao contrário de bebidas feitas pelo método tradicional.
Isso resulta em um vinho pouco alcoólico e com bastante açúcar residual. No paladar, o Dulcis D’asti é levemente doce e de acidez moderada, e no nariz, apresenta aromas de frutas brancas maduras. Uma dica é servi-lo gelado, próximo aos 6ºC.
Aurora Colheita Tardia Malvasia 2016
Para fazer vinhos de colheita tardia, as vinícolas deixam as uvas passarem da época de vindima para que percam umidade e concentrem açúcar residual. A finalidade é produzir bebidas mais doces e que, geralmente, têm maior potencial de guarda.
É o caso do rótulo brasileiro Aurora Colheita Tardia Malvasia 2016. Feito de um blend das uvas Malvasia e Semillon, traz aromas de flores brancas e mel, e um paladar suave e aveludado, ideal para desfrutar ao lado de uma fatia de Pandoro.
O rótulo é feito pela vinícola Aurora, na Serra Gaúcha, principal região produtora de vinhos no Brasil.
Chocotone
É feito com a mesma massa do panetone, porém leva recheio de chocolate, que pode ser em gotas ou cremoso. Essa adaptação é genuinamente brasileira e considerada uma “heresia” por muitos italianos.
Enquanto Carlo Bauducco foi o primeiro a produzir panetones no Brasil, em 1948, seu neto Massimo criou o chocotone como um projeto para a faculdade em 1978 e, desde então, ganhou o paladar dos brasileiros.
Muito popular na época de Natal, o chocotone é uma invenção brasileira.
Monte Zovo Recioto Della Valpolicella
A denominação de origem Recioto Della Valpolicella tem um processo de fabricação curioso: após colhidas as uvas, elas são dispostas em prateleiras para que percam a umidade e concentrem os açúcares e polifenóis.
O Monte Zovo Recioto Della Valpolicella é um tinto elegante, produzido na região do Vêneto, na Itália. Tem uma coloração vermelho intenso com reflexos violáceos e um paladar aveludado e equilibrado.
Uma de suas principais características são os sabores de chocolate amargo e raspas de frutas cítricas, presentes nesse rótulo e que geram uma compatibilidade aromática com o chocotone.
Na hora de harmonizar vinho e panetone, o que não faltam são combinações! Cada tipo tem inúmeras sugestões de rótulos que vão combinar perfeitamente com o sabor da sobremesa.
Todos os rótulos citados estão disponíveis no site do Divvino. Clique no banner abaixo para conferir essas e muitas outras opções!
Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!
