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Você Sabe O Que São Uvas Autóctones? Saiba O Porquê Você Deveria Provar Seus Vinhos

Você sabe o que são uvas autóctones? Saiba o porquê você deveria provar seus vinhos

Quando se fala em vinhos únicos, muitas vezes encontramos o termo uvas autóctones, e entender esse conceito pode transformar a sua próxima taça em uma experiência memorável.

Neste post, vamos explorar o significado de uvas autóctones, mostrar exemplos de países que se destacam na produção dessas castas, e indicar rótulos incríveis disponíveis no divvino.com.br para quem quer provar vinhos autênticos e cheios de história. Boa leitura!

O que são uvas autóctones?

As uvas autóctones são aquelas que nasceram e evoluíram em uma região específica, ao longo de séculos. Elas se adaptaram naturalmente ao clima, ao solo e ao terroir local, tornando-se parte da identidade vitivinícola daquele território.

A própria origem da palavra ajuda a entender o conceito: “autóctone” vem do grego auto (próprio) + chthón (terra). Ou seja, são uvas “da própria terra”, diferentes das alóctones, que são variedades trazidas de outros lugares.

Essa adaptação faz com que as uvas autóctones reflitam, de maneira única, o lugar de onde vêm. Por isso, vinhos produzidos com essas castas tendem a expressar personalidade, autenticidade e história, sendo muito valorizados por enófilos que buscam experiências diferentes dos rótulos mais populares.

Vinhedos de uvas autóctones.

O que é uva autóctone? Aquela que nasce e desenvolve em um mesmo local.

Algumas das nossas castas autóctones favoritas  

Castas autóctones são uvas que nascem e pertencem a uma região. Por terem se desenvolvido naturalmente no local, elas representam a essência do terroir e estão cada vez mais presentes nas vinícolas que valorizam sustentabilidade e autenticidade. 

Por terem origem naquela região, essas castas tendem a se adaptar melhor às variações climáticas do local. Além disso, costumam ser mais fáceis de manejar e demandam menos uso de defensivos agrícolas, o que beneficia o produtor e resulta em vinhos com caráter mais puro e natural. 

Espanha 

Entre as uvas autóctones da Espanha, temos a merseguera, branca da região de Valência. Adaptada ao calor mediterrâneo, produz vinhos leves e frescos, com aromas cítricos e toque floral. Geralmente utilizada em blends e raramente encontrada como varietal (sozinha) fora da Espanha, a merseguera é ideal para quem busca rótulos equilibrados, fáceis de beber e perfeitos para o clima brasileiro. 

Portugal 

Portugal é o país com maior diversidade de uvas autóctones catalogadas no planeta. São mais de 200 variedades nativas! Essa riqueza se traduz em uma grande variedade de estilos e sabores. Algumas das mais conhecidas são: 

  • Alvarinho: branca, elegante e aromática, típica do Norte do país. 
  • Encruzado: branca, equilibrada e versátil, com boa acidez. 
  • Fernão pires: branca, frutada e expressiva, comum no Tejo. 
  • Touriga nacional: tinta, considerada a “joia” de Portugal. 
  • Touriga francabaga e trincadeira: tintas de personalidade forte, com taninos marcantes e ótimo potencial de guarda. 

Essas uvas são o coração da vitivinicultura portuguesa, conferindo identidade e diversidade a seus vinhos. 

Romênia e Moldávia 

Esses países, antes pouco conhecidos no mapa mundial do vinho, vêm conquistando cada vez mais espaço justamente por apostarem em suas variedades nativas.  

fetească neagră (lê-se fe-TÉS-ka NE-ag-ra) é uma uva tinta autóctone do leste europeu, especialmente da Romênia e da Moldávia. Os vinhos dessa casta têm coloração intensa, aromas de frutas vermelhas maduras e notas sutis de especiarias. 

França 

Na França, encontramos a savagnin, originária do Jura, que é uma uva branca autóctone responsável por alguns dos vinhos mais singulares do país. Ela dá origem a vinhos encorpados e complexos, com aromas de nozes, frutas secas e um toque oxidativo, típicos do estilo “vin jaune” (vinho amarelo). 

Novos protagonistas no mapa do vinho 

Cada vez mais veremos países que antes eram raros nas prateleiras, como Romênia, Bulgária e Geórgia, ganharem destaque.  

Isso acontece porque, enquanto França e Itália enfrentam desafios climáticos e custos de produção crescentes, essas novas regiões se beneficiam de castas autóctones bem adaptadas, com custo competitivo e qualidade surpreendente. 

Brasil tem uvas autóctones 

No sentido mais restrito, o Brasil ainda não possui uma casta autóctone. As principais uvas utilizadas na produção nacional, como cabernet sauvignonmerlot e chardonnay, foram trazidas de outros países. 

Porém, o país tem se destacado por desenvolver uvas criadas geneticamente aqui, adaptadas às condições do nosso clima tropical e subtropical. 

Um bom exemplo é a lorena, uma uva branca desenvolvida pela Embrapa, resultado do cruzamento entre malvasia bianca e seyve-villard. Ela nasceu no Brasil e se mostrou perfeita para produzir vinhos leves e aromáticos, com notas de frutas brancas e flores.

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Por que os vinhos de uvas autóctones estão em alta?  

Os vinhos elaborados com uvas autóctones conquistaram um público cada vez mais curioso e exigente. Há boas razões para isso: 

  1. Identidade e autenticidade: esses vinhos carregam o DNA da região, com sabores e aromas únicos. 
  2. Adaptação natural ao terroir: por estarem ajustadas ao ambiente, as uvas autóctones resistem melhor ao calor, pragas e secas, resultando em safras mais estáveis. 
  3. Valorização cultural e histórica: provar um vinho autóctone é conhecer uma parte da história e da cultura de um povo. 
  4. Sustentabilidade: a menor necessidade de intervenção química e hídrica faz dessas uvas aliadas do meio ambiente. 
  5. Novas descobertas: para quem ama explorar, as uvas autóctones oferecem um universo de rótulos diferentes, cheios de histórias para contar. 

Vinhos com uvas autóctones

Nada melhor do que entender na taça o que torna uma uva autóctone tão especial. A seguir, você confere três vinhos disponíveis no divvino.com.br que traduzem, em diferentes países, o encanto das castas nativas.  

Bodega Mustiguilo Finca Calvestra Merseguera

Mustiguillo Finca Calvestra Merseguera é um vinho branco feito 100% com a merseguerauva autóctone de Valência. Sua cor é amarelo-palha, o aroma traz notas de flores brancas e frutas cítricas, com sabor leve, fresco e mineral. Ele é perfeito para dias quentes ou para acompanhar frutos do mar e saladas leves.

Bodega Mustiguilo Finca Calvestra Meseguera

Fiuza Ikon Touriga Nacional

Fiuza Ikon Touriga Nacional é elaborado com a emblemática touriga nacional. Ele tem cor rubi intensa, aromas de frutas negras e violetas, e um paladar encorpado, com taninos suaves e final elegante. Harmoniza muito bem com carnes vermelhas, massas com molhos robustos e queijos curados.

Fiuza Ikon Touriga Nacional

Domaine Maire Grand Héritage Savagnin Côtes du Jura

Domaine Maire & Fils Arbois Savagnin Vignes de Sorbief Blanc é feito com a complexa uva autóctone savagnin. De cor dourada e aromas de nozes, frutas secas e mel, o vinho tem sabor encorpado e acidez vibrante, com textura cremosa e final longo.

É uma escolha sofisticada, que combina com queijos curados, aves assadas e pratos com molhos amanteigados.

Domaine Maire Grand Heritage Savagnin Cotes du Jura

Mais do que uma tendência, as uvas autóctones representam a essência do vinho a partir da conexão entre terra, clima e cultura de um povo. Provar rótulos dessas castas é descobrir sabores autênticos e mergulhar na história de cada região. 

Na próxima vez que for escolher um vinho, procure um rótulo elaborado com uva autóctone e viva essa experiência com os vinhos disponíveis no divvino.com.br. Explore novos aromas, descubra novas origens e permita-se brindar à diversidade que faz do vinho uma das maiores expressões do mundo!

Flávia

Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!

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