Conheça vinhos da África do Sul e Austrália
Os vinhos do Velho Mundo, oriundos do continente europeu, costumam ter grande fama por sua qualidade. Entretanto, com o passar do tempo, outros países desenvolveram suas técnicas e ganhado notoriedade.
É o caso dos vinhos da África do Sul e da Austrália, países que, apesar de não terem tradições milenares, têm construído uma forte tradição vitivinífera e se destacado positivamente.
No post a seguir, falamos mais sobre a história da vinicultura em cada um dos países e as características das bebidas produzidas. Leia até o fim para conferir!
Vinhos da África do Sul
A vinicultura da África do Sul começou em meados do século 17. À época, o navegador Jan van Riebeeck foi designado para administrar as plantações de uvas da região. Acreditava-se que o consumo de vinho poderia diminuir o escorbuto das tripulações de navegantes que aportavam no país.
À época, entretanto, não se estava acostumado com o terroir da região, e após a morte de Jan van Riebeeck, muitos produtores foram desistindo e se dedicando a outros tipos de culturas.
Foi apenas no ano de 1925, já no século 20, que a vinificação foi retomada no país. Na ocasião, o pesquisador Abraham Izak Perold da Universidade de Stellenbosch realizou o cruzamento entre as uvas Pinot Noir e Cinsault e criou a Pinotage, uma casta genuinamente sul-africana.
A partir de 1941, a uva Pinotage começou a se difundir pela região, sendo utilizada como matéria-prima por muitos produtores e agradando os paladares dos enófilos locais.
Apesar de todo o trabalho, os vinhos ainda ficavam reclusos apenas à África do Sul. Graças ao regime do Apartheid, havia uma retaliação internacional, que impedia que os produtos chegassem a outros países, permanecendo encobertos até a década de 1990.
Após a abertura do mercado, foi questão de tempo até que os vinhos da África do Sul começassem a receber reconhecimento, em especial tipos como Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Syrah, além, é claro, da Pinotage.
Características dos vinhos sul-africanos
Muitos enófilos acreditam que os vinhos da África do Sul conseguem aliar características do Velho Mundo e do Novo Mundo em uma única bebida. Ao mesmo tempo, os aromas apresentam notas mais frutadas e frescas, e rústicas e minerais.
Uma característica determinante para o terroir do país é a localização das vinícolas, próximas do litoral. O encontro dos oceanos Atlântico e Índico proporciona uma brisa agradável, que ajuda a amenizar o clima intenso e desenvolver uma acidez encantadora.
As temperaturas quentes e a altitude em que as vinícolas se encontram dão características mais frutadas e desenvolvem mais açúcares nas uvas, tornando as bebidas, em geral, mais alcoólicas.
Vinhos da Austrália
Pioneira em tecnologia, a Austrália foi um dos primeiros países a elaborar vinhos fermentados em tonéis de inox com temperatura controlada, são verdadeiros desenvolvedores de novas técnicas no mundo dos vinhos. Visam manter qualidade e inovação para elaborar grandes rótulos.
A vinificação australiana é ainda mais recente que a sul-africana: as uvas vitis vinifera só chegaram à Austrália por volta do ano 1788. Foram trazidas pelo almirante Arthur Phillip, durante a colonização do continente oceânico.
As tentativas de produzir permaneceram sem sucesso por algum tempo, já que o país não tinha essa cultura à época. Foi só em 1820 que os vinhos australianos obtiveram maior qualidade e começaram a ser vendidos pelo país.
Em 1833, o ministro James Busby fez uma viagem à Europa e voltou para a Austrália com castas espanholas e francesas, o que mudaria completamente o rumo dos vinhos da região.
Até então, muitas uvas não sobreviviam ao terroir australiano. Entretanto, com a chegada de novas castas com maior adaptabilidade, em especial a Shiraz, os produtores locais conseguiram produzir vinhos de maior qualidade.
Nos séculos seguintes, o mercado dos vinhos australianos passou a se desenvolver mais rapidamente, se tornando uma potência na vinicultura. Hoje, o país ocupa o quinto lugar em exportação da bebida, com cerca de 780 milhões de litros por ano.
Características dos vinhos australianos
O maior fator determinante para o resultado dos vinhos australianos é o clima quente, que desenvolve maior quantidade de açúcares nas uvas e dá origem a vinhos frutados, adocicados e alcoólicos.
Assim como os vinhos sul-africanos, também é comum que as vinícolas estejam localizadas em grandes altitudes, porém entre os Oceanos índico e Pacífico, proporcionando maior umidade aos frutos.
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Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!