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Guia Completo Do Vinho Argentino: Conheça Os Rótulos

Guia completo do vinho argentino: conheça os rótulos

Entre os diversos países envolvidos com o mundo do vinho, a Argentina conquistou um espaço de respeito entre enófilos e especialistas. Seja em uma taça de malbec encorpado ou em um torrontés fresco, o vinho argentino carrega a assinatura de um terroir singular.

Nos últimos anos, o reconhecimento internacional cresceu de forma consistente. Para os brasileiros, que já representam um dos maiores mercados consumidores de vinho da América Latina, os rótulos argentinos são presença constante à mesa, seja para acompanhar momentos entre amigos, como churrascos e pizzas.

Este guia foi criado para quem deseja conhecer, de perto, o vinho argentino: quais são os tipos, o que os torna tão famosos, como saber se você está bebendo um rótulo original, além de dicas para apreciar. Um brinde e boa leitura!

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Tipos de vinho argentino

A diversidade do vinho argentino vai além da fama do malbec. Embora a uva seja o grande cartão de visitas do país, outras castas também ganharam destaque e hoje oferecem uma paleta variada de estilos. 

Essa pluralidade é resultado de diferentes regiões produtoras, tais como Mendoza, Salta, Patagônia, San Juan, Rioja, que imprimem identidade própria aos rótulos. Confira na sequência os destaques do país!

Malbec argentino

O vinho malbec argentino é, sem dúvida, uma das principais referências do país. Essa uva de origem francesa encontrou nas terras da Argentina um ambiente perfeito para se desenvolver e alcançar uma identidade única. 

Introduzida no país em meados do século 19, principalmente na região de Mendoza, a uva malbec se adaptou de maneira ao terroir andino, a ponto de hoje ser considerada a casta emblemática do país.

Cacho de uva malbec de vinho argentino.

A uva malbec é a mais emblemática e representativa do vinho argentino.

Entre as principais características dos vinhos malbec, embora tenham especificidades a depender da região produtora, são:

  • Cor intensa: vinhos de tonalidade púrpura intenso, brilhoso. 
  • Aromas: notas de ameixa, amora e cereja negra são comuns, muitas vezes acompanhadas de toques florais de violeta. 
  • Taninos: a textura é macia e aveludada, resultando em vinhos fáceis de beber, mas ao mesmo tempo estruturados. 
  • Influência do carvalho: muitas vinícolas envelhecem parte da produção em barricas, agregando camadas de baunilha, café e chocolate.

Apesar de ser reconhecido pelos vinhos tintos robustos, o malbec argentino também é usado em rosés frescos (frutados e com boa acidez), espumantes ou em blends com cabernet sauvignon, merlot ou syrah.

Malbec em diferentes regiões da argentina

Mendoza é responsável pela maior parte da produção nacional de malbec, concentrando vinhos encorpados, com acidez equilibrada e grande potencial de guarda.

Salta é um local conhecido pelas vinhas em altitudes que chegam a 3.000 metros, gera malbecs vibrantes, frescos e com aromas mais florais. Já na Patagônia, os rótulos são mais leves e elegantes por conta do clima frio e pela ventania.

Vinhos malbec para experimentar

Poucas vinícolas representam tão bem a tradição argentina quanto a Luigi Bosca, uma das mais emblemáticas do país. O rótulo La Linda Malbec traduz de maneira fiel o lema da casa de que o “vinho que nasce de um terroir excepcional deve expressar todas as virtudes naturais das uvas”. 

Na taça, apresenta coloração violáceas e aromas intensos de ameixas, cerejas, violetas e especiarias. No paladar, mostra-se fluido, suculento, de corpo médio e taninos macios, resultando em um vinho equilibrado e muito agradável de beber. Ideal para acompanhar carnes vermelhas grelhadas.

Luigi Bosca Finca La Linda Malbec

Outra opção de malbec argentino para degustar é o Cordeiro con Piel de Lobo, da vinícola Mosquita Muerta de Mendoza. Produzido na prestigiada região de Luján de Cuyo, em Mendoza, este rótulo mostra outra faceta do malbec argentino. Os vinhedos situados a 930 metros de altitude favorecem a maturação equilibrada das uvas, resultando em um vinho concentrado.

Sua coloração é rubi intensa, com aromas de frutas pretas em compota e notas de especiarias. No paladar, é encorpado, untuoso, com taninos marcantes e acidez envolvente, características que o tornam ideal para acompanhar carnes como carré de cordeiro, entrecôte grelhado, churrasco de costela ou uma parrilha argentina, além de tábua de frios.

Mosquita Muerta Cordero con Piel de Lobo Malbec

Além do malbec

Embora o malbec seja o cartão de visitas da viticultura argentina, o país mais do que apenas esse ícone. A diversidade de climas e altitudes possibilita que várias uvas encontrem condições ideais de cultivo.

O resultado é uma coleção de vinhos que agradam diferentes perfis de consumidores e ampliam o prestígio da Argentina no cenário internacional. Confira!

Torrontés argentino

Torrontés é considerada a uva branca emblemática da Argentina. Essa variedade apresenta vinhos de coloração clara e aromas intensos de flores brancas, frutas cítricas e tropicais. É um vinho surpreendente, pois alia perfume intenso a um paladar seco e elegante, perfeito para dias quentes.

Nossa sugestão para experimentar um vinho branco argentino é La Espera Torrontés, produzido no Vale de Famatina, pela vinícola Funckenhausen. De coloração amarelo-palha com reflexos esverdeados, apresenta aromas intensos de flores brancas, como jasmim, combinados a notas cítricas frescas.

No paladar, entrega um estilo levemente doce, com acidez elegante e final persistente. É uma excelente opção para momentos descontraídos, acompanhando saladas, aperitivos e peixes.

Funckenhausen La Espera Torrontés.

Bonarda argentino

Durante muito tempo, a bonarda foi a uva mais plantada da Argentina, antes de ser superada pelo malbec. Hoje, é a segunda casta mais importante do país e volta a ganhar espaço, principalmente em Mendoza e San Juan.

Os vinhos elaborados costumam ter corpo médio, acidez marcante e taninos macios, o que os torna versáteis. É uma escolha certeira para quem busca vinhos mais frutados e acessíveis, mas que ainda carregam tipicidade argentina.

Nossa sugestão é o Nicola Catena Bonarda: “o melhor bonarda da Argentina”, de acordo com o crítico de vinhos James Suckling. O rótulo é um tributo ao avô de Nicolás Catena, um dos nomes mais importantes da viticultura argentina.

Elaborado a partir de vinhas familiares com mais de 80 anos, em baixa produção para garantir concentração e complexidade, o vinho passa 18 meses em barricas de carvalho francês.

O resultado é um vinho tinto argentino de coloração rubi intensa, com aromas de alcaçuz e especiarias, que no paladar possui persistência longa. Harmoniza muito bem em pratos com molhos condimentados, carnes grelhadas e risoto ao funghi.

Nicola Catena Bonarda.

Pinot noir argentino

A uva pinot noir encontra nos vales frios da Patagônia um ambiente perfeito para expressar sua delicadeza. O vinho argentino pinot noir apresentam aromas elegantes de frutas vermelhas e notas terrosas, além de taninos sutis e boa acidez.

São vinhos mais leves, sofisticados e ideais para harmonizar com carnes brancas, massas leves e pratos com cogumelos. Essa produção ainda é menor em volume, mas cada vez mais reconhecida por críticos internacionais.

Merlot argentino

Embora tenha maior fama em países como França e Chile, o vinho argentino merlot também tem presença consolidada na Argentina. Os vinhos apresentam aromas de frutas pretas e especiarias, com corpo médio e textura macia.

Costumam ser vinhos fáceis de beber, agradando tanto consumidores iniciantes quanto paladares mais experientes. Harmonizam bem com massas de molho suave, pizzas e carnes assadas menos gordurosas.

Cabernet sauvignon argentino

Cabernet sauvignon é uma das uvas tintas mais cultivadas do mundo, e na Argentina ganha força principalmente em Mendoza e Salta. Os vinhos argentinos dessa variedade costumam ser intensos, com aromas de cassis, tabaco e notas de madeira quando passam por barricas.

Possui corpo robusto, taninos firmes e excelente potencial de guarda, o que os coloca no mesmo patamar de grandes exemplares internacionais. São perfeitos para acompanhar carnes mais pesadas, como cordeiro.

Uvas, garrafas e taças com vinho argentino.

A produção de vinho argentino vai além do malbec, incluindo cabernet sauvignon, bonarda, torrontés e outras castas.

Vinho rosé argentino

Nos últimos anos, o consumo de vinhos rosés cresceu em todo o mundo, e a Argentina não ficou de fora dessa tendência. Produzidos a partir de uvas tintas como malbec, pinot noir e bonarda, os rosés argentinos se destacam pela coloração vibrante e pelo frescor.

Trazem aromas de frutas vermelhas frescas, flores e, em alguns casos, toques minerais. No paladar, são leves, refrescantes e descomplicados, ideais para dias quentes, happy hours ou entradas leves.

Vinhos argentinos famosos e premiados

O sucesso do vinho argentino não se deve apenas à adaptação de castas como o malbec ao terroir, também é resultado do trabalho de vinícolas que elevaram os padrões de qualidade e ajudaram a projetar o país no cenário internacional. Entre elas, está a Catena Zapata.

Fundada em 1902 por Nicola Catena, a vinícola ganhou notoriedade mundial por impulsionar a disseminação da malbec como a grande uva nacional, em um momento em que muitos acreditavam que a variedade não teria futuro. A produtora também inovou ao investir em vinhedos de altitude no Valle de Uco, em Mendoza, tornando-se referência neste tipo de terroir.

De acordo com o ranking da Drinks International, a vinícola foi considerada a “marca de vinho mais admirada do mundo em 2025”. Entre os motivos está a presença dos seus rótulos no mundo todo, mantendo independência e inovação.

Nos últimos anos, vinhos de outras vinícolas também foram premiados internacionalmente pela sua qualidade. Se você quer conhecer um bom vinho argentino, alguns dos reconhecidos foram:

  • Terrazas de los Andes Reserva Malbec 2022: incluído pela Wine Spectator entre os 10 melhores vinhos do mundo abaixo de US$ 40.  

O que torna o vinho argentino tão especial?

O prestígio do vinho argentino não se explica apenas pelo sucesso de rótulos premiados. Existe uma combinação entre geografia, clima, tradição e tecnologia. Poucos países conseguem reunir tantos fatores que contribuem para vinhos com identidade própria e qualidade reconhecida globalmente. 

Terroir moldado pela Cordilheira dos Andes

A presença da Cordilheira dos Andes é um dos grandes diferenciais da Argentina. Os vinhedos se espalham em altitudes que vão de 600 metros a mais de 3.000 metros acima do nível do mar.

Essa variação cria diferentes microclimas e condições de solo, permitindo que uma mesma uva, como a malbec, apresente estilos distintos dependendo da região. Solos pedregosos e bem drenados, combinados a baixas chuvas, favorecem uvas concentradas e vinhos equilibrados.

Vinhedo na Argentina.

Os vinhedos argentinos são influenciados pela Cordilheira dos Andes.

Amplitude térmica e clima privilegiado

O clima argentino, especialmente em Mendoza, é marcado por dias ensolarados e noites frias. Essa amplitude térmica favorece a maturação completa das uvas, preservando aromas, frescor e acidez.

A escassez de chuvas e o ar seco também reduzem o risco de disseminação de pragas, como fungos, o que contribui para práticas de cultivo mais sustentáveis e o uso limitado de defensivos agrícolas.

Tradição vitivinícola

A história do vinho argentino remonta ao período colonial, quando missionários trouxeram as primeiras mudas de videira no século 16. A partir do século 19, imigrantes italianos, espanhóis e franceses ampliaram o cultivo e introduziram técnicas modernas. Essa herança cultural resultou em uma combinação de saber artesanal e rigor técnico que permanece até hoje.

Tecnologia e inovação

Além da tradição, a Argentina investe constantemente em pesquisa e modernização. Diversas vinícolas exploram o potencial de diferentes terroirs, testam novas técnicas de fermentação e apostam em práticas sustentáveis. O resultado é uma produção que alia inovação à preservação das características naturais das uvas.

Como saber se um vinho argentino é original?

O aumento da popularidade do vinho argentino no mercado internacional também trouxe um desafio: identificar se a garrafa comprada realmente corresponde a um rótulo autêntico.  

Para garantir uma experiência segura e fiel ao que o produtor idealizou, é importante observar alguns pontos que ajudam a verificar a originalidade do vinho:

  • Região de origem no rótulo: busque nomes como Mendoza, Salta, San Juan ou Patagônia. Sub-regiões como Luján de Cuyo e Valle de Uco reforçam a autenticidade. 
  • Vinícola e safra: produtores renomados sempre informam claramente a vinícola e o ano da colheita. 
  • Selo de importação: no Brasil, o adesivo no contrarrótulo em português garante que o vinho passou pelos trâmites legais de importação. 
  • Lojas especializadas: prefira comprar em sites e lojas confiáveis, como o divvino.com.br, que garantem procedência e armazenamento adequado. 

Onde comprar vinhos argentinos? No Divvino!

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Flávia

Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!

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